uma invasão de palavras
tenta encurralar o silêncio
mas, como sempre, fracassa.
tenta de seguida encurralar as coisas
que habitam o silêncio,
mas também não o consegue.
e vai por fim cercar as palavras
que convivem com o silêncio,
mas então produz-se o imprevisto:
o silêncio converte-se em palavra
para proteger melhor as palavras
que convivem com ele.
e enquanto a invasão das outras palavras
se desvanece como um sopro furtivo,
completa-se o insólito:
as palavras que restam
assemelham-se agora muito mais ao silêncio
que as outras palavras.
- roberto juarroz -
(tradução, menino mau)
- frode haltli -
(lude)
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