detector de metais
o detector de metais do aeroporto começou a apitar. pediram
ao passageiro que despejasse os bolsos. continuava a apitar.
tirou o cinto e os sapatos. não parava de apitar. despiu as calças
e a camisa. o detector insistia em detectar. despiu-se todo.
detectava, continuava a detectar, não parava de detectar.
rasgaram-lhe o peito, observaram-no por dentro. rasparam-lhe
os ossos. cortaram-lhe o coração às postas, os pulmões, etc.. e o
detector não parava de detectar. foi então que alguém se lembrou
do óbvio: ele tinha uma saúde de ferro.
- henrique manuel fialho -
- skalpel -
(1958)
1 comentário:
:P
:)
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