sexta-feira, 10 de abril de 2009

frank o'hara vs aaron copland

nafta

ah jean dubuffet
quando se pensa nele
cumprindo o serviço militar na torre eiffel
como meteorologista
em 1922
sabes quão maravilhoso o século vinte
pode ser
e os adestrados iroqueses nas vigas
ferozes e de pé firme
nus como deviam estar
ligeiramente vazios
como um sonia delaunay
há uma parábola de velocidade
algures atrás dos olhos dos índios
eles inventaram o século vinte com os seus cavalos
e as suas frágeis costas
que são escuras

temos uma dívida para com os iroqueses
e com duke ellington
por tocar nos edifícios em construção
nós não fazemos muito
a não ser foder e pensar
no frequente metro
e naquele que ali não apareceu
enquanto aguardávamos por pertencer ao nosso século
tal como não se pode fazer um chapéu de aço
e usá-lo
de qualquer forma quem usa chapéus
é costume da nossa tribo
enganar

como te sentes no velho setembro
sinto-me como um camião numa auto-estrada molhada
como podes
foste feito à imagem de deus
eu não fui
eu fui feito à imagem de um camionista maricas
e jean dubuffet pintando as suas vacas
«com uma semelhança que irrompeu na memória»
àparte do amor (não o digas)
estou envergonhado do meu século
por ser tão divertido
mas tenho que sorrir

- frank o'hara -
(tradução, menino mau + lebre)


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- aaron copland -
(rodeo, selections from the ballet ["first dance"])

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