a flóber
ainda me lembro. o melhor presente que tive foi sem
dúvida aquela flóber. toda a garotada da terra colaborou
no meu entusiasmo. íamos para o campo, pam pam,
pardal aqui, pam pam, pardal ali.
a única arrelia que tive com ela foi quando um dia,
sem querer, pam, acertei em cheio na tia albertina.
para castigo não me deixaram ir ao enterro.
- mário - henrique leiria -
- müm -
( blai hnotturinn 9)
1 comentário:
9 horas, papai vai à escola perguntar ao seu filhinho, você pegou a minha arma, filho?
9 horas ainda, não papai, não peguei.
9 horas e quinze, o menino está em aula.
9 e dezesseis. fica-se sabendo que o menino mentiu. a professora escreve no quadro. um tiro acerta-lhe as costas.
9 e dezessete. o menino saiu da sala, passou por quem veio saber porquês de tanto barulho.
9 e dezoito, quase dezenove o menino aperta o gatilho de novo. sua cabeça explode.
menino brincou com arma de fogo. tinha dez anos, morava num bairro pobre de São Bernardo. agora, no escuro, a vida da terra refestela-se. Em certos pontos, os ossos do menino já começam a aparecer.
(menino mau, isto que conto aconteceu uns meses atrás. ninguém quis encontrar a explicação. nada de estranho ou sintomático foi encontrado. no menino.)
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