quarta-feira, 9 de setembro de 2009

almada negreiros vs jan jelinek

a sombra sou eu

a minha sombra sou eu,
ela não me segue,
eu estou na minha sombra
e não vou em mim.
sombra de mim que recebo a luz,
sombra atrelada ao que eu nasci,
distância imutável de minha sombra a mim,
toco-me e não me atinjo,
só sei do que seria
se de minha sombra chegasse a mim.
passa-se tudo em seguir-me
e finjo que sou eu que sigo,
finjo que sou eu que vou
e não que me persigo.
faço por confundir a minha sombra comigo:
estou sempre às portas da vida,
sempre lá, sempre às portas de mim!

- almada negreiros -

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- jan jelinek -
(do dekor)

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