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sexta-feira, 9 de abril de 2010

isaiah berlin vs the doors

terás falta de liberdade ou liberdade política apenas se fores impedido por seres humanos de atingir um objectivo. mera incapacidade de atingir um objectivo não é falta de liberdade política. esta questão é exposta pelo uso de expressões modernas tais como 'liberdade económica' e o seu oposto 'escravatura económica'. debate-se, muito plausivelmente, que se um homem é demasiado pobre para se permitir algo que não esteja legalmente banido - uma fatia de pão, uma viagem à volta do mundo, o recurso a tribunais - ele tem tão pouca liberdade de o possuir como se lhe fosse proibido por lei. se a minha pobreza fosse uma espécie de doença que me impedisse de comprar pão, ou pagar a viagem à volta do mundo ou que o meu caso fosse julgado, tal como o coxear me impede de correr, esta incapacidade não seria como é natural descrita como falta de liberdade, muito menos como falta de liberdade política. é apenas porque acredito que a minha incapacidade de conseguir algo se deve ao facto de outros seres humanos terem criado condições segundo as quais eu, ao contrário de outros, esteja impedido de ter dinheiro suficiente para pagar, me considero uma vítima de coerção ou escravatura. ou seja, a utilização deste termo depende de uma teoria económica e social particular no que diz respeito à minha pobreza e debilidade. se a minha falta de meios materiais resulta da minha falta de capacidade física ou mental, então começo por dizer que estou privado de liberdade (e não simplesmente de pobreza) apenas se eu aceitar a teoria. se, além disso, acreditar que estou a ser impedido de ter algo que desejo por um determinado conjunto de condições que eu considero injustas ou desiguais, falo de escravatura ou opressão económica.

- isaiah berlin -
(two concepts of liberty, trad. menino mau)



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-the doors -
(break on through)

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

bertolt brecht vs the doors

a excepção à regra

estranhem o que não for estranho.
tomem por inexplicável o habitual.
sintam-se perplexos ante o quotidiano.
tratem de achar um remédio para o abuso
mas não se esqueçam de que o abuso é sempre a regra.

- bertolt brecht -


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- the doors -
(alabama song)

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

istván örkény vs the doors

escolha

- bom dia, minha senhora!
- o que deseja o senhor?
- quero comprar um chapéu castanho.
- qual queria? tipo desportivo? mais modesto? de
abas largas?
- a senhora o que me aconselha?
- vamos experimentar este... é leve, não é muito
escuro, nem muito claro. o espelho é ali.
- acho que não me fica mal.
- como se tivesse sido talhado à sua medida.
- mas, sem querer maçá-la, faça o favor de me mos-
trar um outro modelo.
- com muito gosto. posso sugerir-lhe, por exemplo,
este aqui.
- realmente fica-me bem. nem sei qual deva escolher.
- se calhar um terceiro. muitos clientes costumam
elogiá-lo e fica-lhe tão bem como os outros dois.
- tem razão. qual é a diferença entre os preços dos
três chapéus?
- os preços são os mesmos.
- e as suas qualidades?
- tenho a certeza que nenhum é pior que os outros.
- então qual é a diferença dos três chapéus que ex-
perimentei?
- nenhuma, meu senhor. nem temos três chapéus de
homem.
- mas quantos têm?
- só um.
- então, foi aquele que eu experimentei três vezes
seguidas?
- sim, senhor. se me permite, qual vai escolher?
- não sei. talvez o primeiro.
- acho que aquele lhe assenta melhor, embora os
outros dois não fiquem atrás.
- não, não... mas agora insisto no primeiro chapéu.
- como o senhor quiser, bom dia

- istván örkény -

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- the doors -
(strange days)