escolha
- bom dia, minha senhora!
- o que deseja o senhor?
- quero comprar um chapéu castanho.
- qual queria? tipo desportivo? mais modesto? de
abas largas?
- a senhora o que me aconselha?
- vamos experimentar este... é leve, não é muito
escuro, nem muito claro. o espelho é ali.
- acho que não me fica mal.
- como se tivesse sido talhado à sua medida.
- mas, sem querer maçá-la, faça o favor de me mos-
trar um outro modelo.
- com muito gosto. posso sugerir-lhe, por exemplo,
este aqui.
- realmente fica-me bem. nem sei qual deva escolher.
- se calhar um terceiro. muitos clientes costumam
elogiá-lo e fica-lhe tão bem como os outros dois.
- tem razão. qual é a diferença entre os preços dos
três chapéus?
- os preços são os mesmos.
- e as suas qualidades?
- tenho a certeza que nenhum é pior que os outros.
- então qual é a diferença dos três chapéus que ex-
perimentei?
- nenhuma, meu senhor. nem temos três chapéus de
homem.
- mas quantos têm?
- só um.
- então, foi aquele que eu experimentei três vezes
seguidas?
- sim, senhor. se me permite, qual vai escolher?
- não sei. talvez o primeiro.
- acho que aquele lhe assenta melhor, embora os
outros dois não fiquem atrás.
- não, não... mas agora insisto no primeiro chapéu.
- como o senhor quiser, bom dia
- istván örkény -
- the doors -
(strange days)
1 comentário:
delicioso :)
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