terça-feira, 12 de janeiro de 2010

enrique vila-matas vs tim hecker

festas, muitas festas.
não gosto nada de pessoas contentinhas. se depen-
desse delas, a literatura já tinha desaparecido da
face da terra. no entanto, as pessoas «normais» são
muito apreciadas em todo o lado. todos os assassi-
nos são, para os seus vizinhos, tal como se vê sem-
pre na televisão, pessoas satisfeitas e normais. as
pessoas normais são cúmplices do mal de montano da
literatura. pensei nisso hoje ao meio-dia, no taxi
do pico, enquanto me lembrava de uma frase que zel-
da costumava dizer ao marido, scott fitzgerald:
«ninguém mais do que nós tem o direito de viver, e
eles, filhos-da-puta, estão a destruir o nosso mundo.»
odeio esta grande parte da humanidade «normal» que
dia a dia destrói o meu mundo. odeio as pessoas que
são de uma grande bondade porque ninguém lhes deu a
oportunidade de saber o que é o mal e poderem então
escolher livremente o bem; pareceu-me sempre que
esse tipo de gente bondosa é de uma maldade extra-
ordinária em potência. detesto-os, penso muitas ve-
zes como zelda e vejo-os como uns filhos-da-puta.

- enrique vila-matas -
(o mal de montano)



Photobucket

- tim hecker -
(knockoff nº2)

Sem comentários: