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quarta-feira, 21 de abril de 2010

carlos cullere vs autolux

referências para uma análise da paixão

o verdugo crê que o exercício da sua tarefa o transforma em vítima.
tivemos a colecção mais completa de venenos: para libertar-nos do
outro, de nós mesmos do outro em nós, cada um baixou mil vezes
a mão armada do punhal: continuamos à espera.
o fracasso tem infinitos nomes, como deus, sem dar-nos conta
vamos descobrindo-os inutilmente a cada momento.
não dormir mas entrar finalmente na coragem.
por tanto ter clamado a estima de si, pelo luciferino gesto de
persistir nas linhas dum rosto.
num remoto país de cujo nome não me quero recordar espera-me
uma gargalhada de terra.
perdendo pouco a pouco todos os meus medos chego ao medo.
cantar o quê, quem: a noite canta através duma dupla fileira de dentes.
os amáveis atractivos da vida terminam numa folha de papel higiénico.
em memória do desenvolvimento dos monstros um segundo antes
de ser devorado
amén.

- carlos cullere -
(trad menino mau)



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- autolux -
(turnstile blues)

quarta-feira, 14 de abril de 2010

gonçalo m. tavares vs autolux

edgar allan poe

a imaginação não é uma questão de habilidade. é mais
uma questão de levantar as coisas do seu sítio e ver
o que elas escondem debaixo. como se faz a uma pedra.
se levantares uma pedra pesada do jardim verás que
debaixo dela está um pedaço de terreno de cor dife-
rente da restante relva do jardim. mais esbranquiçada,
com ar mais doente: o sol não passou por ali.
a imaginação? a imaginação é o sol também passar por
ali.
(levanta a pedra, meu caro, faz um esforço.)

- gonçalo m. tavares -


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- autolux -
(robots in the garden)