falo. a voz volta a mim ainda que não seja eco. vai primeiro
a este outro com o qual desde sempre convivo: ele responde-me,
sei-o bem, mas muito raramente compreendo o que diz. logo - essa
voz que de mim brota - viaja. tão longe, tão longe que mais do
que uma vez a dei por perdida. atravessa múltiplas, fatigantes
etapas; fala, obstina-se em falar - e julgar pelos fúteis quando
não ineficazes resultados tão vãmente - a todos quem fui, a todos
os que tive a ilusão de ser. a única impressão (que caberia chamar)
inteligível que me deixa o coro acre das suas vozes é que não há
entre todos eles um só que não deplore o seu destino.
(...)
- carlos culleré -
(trad., menino mau)
- sonic youth -
(stereo sanctity)
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